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Agenda

  • Leitura e formação de leitores: escolhas, hábitos e afetos

    BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO

    O maior evento literário da América Latina, será totalmente online e gratuito. O evento acontecerá de 7 a 13 de dezembro e terá como conceito “Conectando Pessoas e Livros”.

    Deve reunir leitores, escritores, parceiros, editores, distribuidores, livrarias e tantos outros profissionais do mercado editorial, em encontros com as portas abertas para o mundo. Na plataforma vai ser possível assistir a palestras, comprar livros e realizar negócios.

    Live no dia 13/12 às 15h

    com as autoras Edith Chacon e Paula Strano, com mediação de Regiana Carvalho diretora da Leitura e Arte

    Tema: Leitura e formação de leitores: escolhas, hábitos e afetos

    Breve descrição:

    A formação do leitor é um processo que começa muito antes de a criança aprender a ler palavras e envolve inúmeras experiências vividas, tanto em casa, quanto na escola ou em qualquer lugar onde ela tenha acesso a livros e leitores mais experientes, que sejam pontes entre os textos e o leitor em formação. Por isso, a mediação de leitura é extremamente importante e precisa ser feita conscientemente, independente do espaço, para que sejam criados vínculos com os textos e também uma rotina de leitura que permita o desenvolvimento de um hábito. Além disso, a escolha de bons e variados livros, que contemplem uma diversidade de temas e de gêneros, é fundamental, assim como deve ser cuidadosamente pensada para que a criança seja cercada por boas referências e possa desenvolver seus próprios vínculos de afeto com a literatura.  

    Para saber mais sobre a programação e conhecer os expositores, basta fazer o cadastro na plataforma: https://www.bienalvirtualsp.org.br/cadastrar.

     
  • Lançamento do Livro Três Navios

    Evento de lançamento (com presença da autora e ilustradora):
    Quando: 03/12, das 15:00 às 18:00
    Onde: Livraria da Vila, na Rua Fradique Coutinho, 915, Pinheiros
    Atração: Contadora de histórias Nina Brondi. 

Últimas Notícias

  • Uma terra de acolhimento, achados e esperança

    Livro da pedagoga Miriam Guedes resgata a importância dos sonhos para a realização de nosso propósito e para a construção da identidade. Mostra, ainda, que podemos nos desvencilhar de palavras ou emoções limitantes

    Um lugar onde as casas podem ser do formato que quiser (violão, circo, livros, carruagem), um lugar inacreditável, além das montanhas, vales e flores, e onde as pessoas dizem em couro: “Quando uma porta se fecha, outra se abre!”.  Sonho Feliz é esta cidade encantadora.  É nesse cenário, no qual um narrador onisciente observa tudo de uma torre (e, de certa forma, se mescla às personagens da história), que se desenrola a narrativa de O pescador de sonhos.

    Escrito pela psicóloga e pedagoga Miriam Guedes, este livro (lançamento da Leitura e Arte Editora) é um chamado para que as crianças reflitam sobre seus medos, suas crenças limitantes e sobre aquelas palavras que nos bloqueiam e nos impedem de crescer. “Quis mostrar também que temos que sonhar, quando nos falta sonho, vida, propósito e projetos.  O sonho é que nos move a sair do nosso estado de estagnação e nos faz realizar coisas”, diz a autora. Miriam trabalhou na biblioteca Monteiro Lobato e, depois dessa experiência, conta que a vontade que já existia de escrever um livro infantil aflorou ainda mais. “Eu percebi que para o público de 9 a 11 anos, chamado de leitor intermediário, não há muitas publicações que integrem, de maneira instigante, imagens que dialoguem bem com o texto. Então, resolvi me aventurar”, completa.

    O pescador de sonhos é seu primeiro livro infantojuvenil e conta os percalços de Otto, um menino comprido, um tanto desajeitado e bastante perdido. Otto não tinha sonho, era taciturno e caladão, mas quando chega a Sonho Feliz encontra a falante e provocadora Frederica. Ela o assusta logo de cara porque avisa: “Vou te explicar uma coisa, aqui não tem casas para vender... quando as pessoas sonham, suas casas aparecem”. Só que o problema é que Otto não sabe sonhar. “Otto tinha uma grande questão e a raiz dela era o complicado relacionamento com os pais, ele não tinha identidade. Quando vai em busca da cidade dos sonhos, da qual ele já tinha ouvido falar, de certa forma, ele quer tentar resgatar sua identidade, mesmo sem saber como ou sem saber racionalmente”, revela Miriam.  

    Ao criar as personagens que auxiliam Otto nessa jornada pela redescoberta de seus sonhos e de seus propósitos, Miriam mostra que a vida é feita de transformações; que é possível nos reinventarmos; e que, mesmo que nosso cérebro molde as experiências, especialmente as traumáticas, há um lugar de acolhimento e escuta. O sábio Baruk, por exemplo, uma das pessoas mais encantadoras que o menino encontrará em seu caminho, leva-o a refletir sobre o motivo de suas atitudes, sem o criticar, trazendo-lhe pão e água, mostrando possibilidades.

    Para dar vida e força a esse lugar peculiar, divertido e delicado, a autora convidou a ilustradora Cris Eich, que já ilustrou diversos livros infantis e didáticos, e foi também colaboradora da revista Recreio por dez anos. Seu trabalho em aquarela foi inspirado em pintores aquarelistas e dá voz complementar à mensagem do texto. “O pescador é um livro para crianças, mas a pintura não tem limite etário, pois deve ser convidativa para todos os olhares. Cada página dupla é como uma tela a ser pintada, onde todos os elementos devem estar em equilíbrio para que possam ser lidos e compreendidos”, relata Cris. Segundo ela, a personagem mais desafiante desta narrativa foi Otto: “O protagonista é sempre o mais difícil, porque precisa se expressar pelo gestual, pela expressão facial e ainda transmitir simpatia ao leitor”.

    O pescador de sonhos é uma obra para ler e reler vagarosamente, descobrindo novos olhares, olhares de esperança. Esse viés é bem costurado na simbiose entre texto e imagem. “Na ilustração, o caminho por onde passarão os olhos, a leitura de cada palavra e as pausas nas cores e formas da ilustração, tudo deve funcionar afinado”, finaliza Cris Eich.

     

    Sobre a autora

    Miriam Guedes nasceu em Buritizal (SP) e atualmente reside em São Joaquim da Barra (SP). Estudou Pedagogia, História e Psicologia, foi professora de alfabetização no sistema público, ensinando muitas crianças a ler e a escrever. Trabalhou na biblioteca escolar Monteiro Lobato, onde sua paixão pela literatura infantil e juvenil cresceu.  Nessa época, começou a escrever seus primeiros contos.

    É autora do livro Costureiras de corações (Editora Unifran), poemas em prosa para adultos. O pescador de sonhos é seu primeiro livro infantojuvenil. Além da literatura, participa voluntariamente de projetos sociais e palestras direcionadas à orientação familiar para pais de crianças e adolescentes. O pescador de sonhos foi escrito com base em seu contato e experiências com crianças e adolescentes, ao perceber e dialogar a respeito de seus conflitos e bloqueios que tanto dificultam o encontro do caminho de suas vidas.

     

    Sobre a ilustradora

     Chris Eich é aquarelista e artista gráfica. Iniciou sua carreira na área de publicidade, como ilustradora e diretora de arte. A partir de 1990, passou a se dedicar ao mercado editorial, nas áreas do livro didático e da literatura infantil e juvenil, colaborando em mais de oitenta livros de autores como Monteiro Lobato, Cecília Meireles, Tatiana Belinky, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Lewis Carroll, Silvana Salerno, Fernando Nuno, Sérgio Caparelli, dentre outros.

    É autora de dois livros de imagem: Longas sombras (Sesi-SP) e Do outro lado da rua (Positivo), além dos livros ilustrados Doze dias com minha avó (publicação independente), Quem você trouxe (Paulinas) e Cadê os bichos (Bambuzinho). Realiza também oficinas e palestras para crianças, jovens e público da terceira idade, abordando temas como o desenho, a aquarela e o processo de ilustração de livros.

     

    Ficha Técnica
    Páginas: 44
    Formato: 20,5 x 27,5cm
    Capa: brochura
    Edição: 1ª
    Ano: 2021

     
  • Um reizinho simpático e nem tão mandão assim

    De forma delicada e lúdica, livro trabalha o egocentrismo infantil e mostra que para amadurecer é preciso lidar com as frustrações no nosso dia a dia

     

    Ele é um rei cheio de súditos, que faz o que quer, que entra nas casas sem pedir muita licença e brinca sem pedir licença também. O ratinho Epaminondas parece tão seguro de si, mas, na verdade, ele tem medo e angústias como toda criança. Embora os animais da floresta gostem dele e o respeitem, ser um ratinho egocêntrico nem sempre é tão fácil. Para mostrar que precisamos lidar com limites, frustrações e que não podemos ser o centro do mundo em todas as situações, o professor Arnaldo Rebello, escreveu Epaminondas, livro infantil que acaba de chegar ao mercado pela Editora Leitura e Arte.

    Este é o primeiro livro publicado por Rebello. Formado em Letras, com mestrado em estudos da escrita e professor de linguagem na Educação Básica e no Ensino Superior, o autor criou essa personagem encantadora, a partir das histórias que contava para sua filha, Júlia. As peripécias desse ratinho (que ainda não tinha nome quando foi inventado) eram as preferidas da menina e ganharam as páginas deste livro depois que o autor teve mais contato com a literatura infantil e se dedicou também a estudar o tema. “Estudei a questão do egocentrismo infantil em artigos, livros e pesquisas sobre Piaget, por exemplo, para embasar a narrativa, embora este embasamento não esteja explícito na obra. Comecei também a ler e estudar mais dobre a literatura infantil e vi que este gênero literário, nas últimas décadas, mudou bastante, o que me deixou maravilhado”, diz ele.

    Epaminondas conta a história desse gracioso ratinho que gostava de brincar de ser rei e gira em torno do egocentrismo infantil, muito forte e próprio da primeira etapa da infância. “ É parte do desenvolvimento infantil, até que a criança comece a perceber a presença do outro e a ter a noção do que é outro”, explica o autor. De uma forma bastante paciente, os animais da floresta acolhem as brincadeiras do Epaminondas, que conta também com uma espécie de tutor muito simpático: o coelho Oswaldo.  Ao longo da história, o ratinho, auxiliado por Oswaldo e outros amigos da floresta, perceberá que é preciso ceder, que apesar de tudo não ser exatamente da forma que queremos, podemos ser felizes e nos divertir.

    “Eu não queria que a narrativa fosse apenas uma história infantil, meu objetivo é que ela tivesse um contexto/background interessante. Optei, portanto, por uma espécie de linha central que pudesse mostrar esses aspectos necessários para o amadurecimento das crianças. Para isso, tentei escapar de clichês, embora existam alguns aspectos universais da literatura infantil dos quais a gente não pode escapar”, relata Rebello.  A escolha do rato como protagonista se deu também pelo fato de ser um animal pequeno e, de certa forma, solitário, que, segundo Rebello, é apresentado em muitas histórias de maneira agradável e “fofinha”.

    Além das questões próprias do amadurecimento infantil, Epaminondas aborda a importância do companheirismo e da amizade, como fios condutores do processo de crescimento e da compreensão sobre nosso papel no mundo. “Não quis entrar propriamente em relações familiares, na história não se conta as origens das personagens e não se fala também qual é a relação entre elas. Elas simplesmente estão ali, a gente percebe que existe essa relação de responsabilidade pelo outro. Então, o Oswaldo é uma figura de um adulto, que olha por Epaminondas e o ajuda a se desenvolver, pois a criança sozinha não consegue olhar para certas questões. Sutilmente vai conduzindo o ratinho a compreender certas atitudes e a importância das relações sociais”, relata Rebello.

    Para dar corpo à narrativa, a ilustradora Luciana Leite criou aquarelas coloridas que mesclam traços clássicos e modernos, dando um aspecto delicado às personagens, além de mostrarem suas personalidades e sentimentos. Epaminondas também é o primeiro livro infantil que Luciana ilustra. Juntos nesse “debute” Arnaldo e Luciana (que se conheceram na escola de suas filhas) projetaram uma obra prazerosa e instrutiva, ainda que o objetivo inicial não tenha sido um livro propriamente educativo.

    Apaixonada por desenho desde criança, Luciana trabalha com a arte da aquarela de forma personalizada: ilustrando muitas histórias de vida, de famílias, de crianças, ilustrações pontuais que tinham relação com este universo –  retratos que contam uma narrativa, que eternizam e dão vida a momentos especiais, de maneira artística. “ Para esta história, crie as cores quase instintivamente e, no final, essas cores foram muito felizes, dando uma identidade linda ao livro, além de agregaram bastante na composição. A ilustração tem um papel de co-autoria, contando mais do que o texto diz, indo além do texto”, conta Luciana.

    A ilustradora sugeriu também um elemento muito importante, que dialoga com o comportamento do ratinho em todas as páginas: uma bola colorida como objeto de transição. “É um objeto inserido no contexto da narrativa de forma sutil. Essa construção reflete o processo de amadurecimento da personagem e é uma forma de mostrar para as crianças que há maneiras de resolver seus problemas”, diz ela. “É algo subjetivo que enriqueceu muito o texto, pois trouxe novos elementos para serem descobertos. Acho isso muito importante porque um livro infantil não pode se esgotar na primeira leitura, num primeiro contato, por isso, as crianças gostam tanto de ler e reler uma história”, completa Arnaldo.

     

    Sobre o autor:

    Arnaldo Rebello é formado em letras e é professor há 19 anos. Dá aulas para Educação Básica e Ensino Superior na área de linguagem. Seu doutorado, finalizado em 2018, é sobre ensaio da escrita. Depois que sua filha Júlia, hoje com 8 anos, nasceu Arnaldo criou a história de um ratinho que brincava de ser rei e, de lá para cá, o ratinho se tornou a personagem preferida de Júlia, assim ela acabou ganhando as páginas deste livro. Epaminondas é o primeiro livro de Arnaldo, que conta com diversas produções acadêmicas, mas nenhuma literária até então. O processo de elaboração do livro durou quase três anos e contou com leituras críticas de especialistas. Em seus estudos para dar corpo ao livro, ele percebeu a evolução da literatura infantil nas últimas décadas e tem se dedicado ao tema em novos projetos que pretende tirar do papel em breve.

     

     Sobre a Ilustradora

     Luciana Leite é arquiteta e trabalhou muitos anos na área. Embora seja apaixonada por desenho desde criança (aos 12 anos fez um curso de desenho na Academia Brasileira de Artes), iniciou seu trabalho profissional como ilustradora há mais ou menos 4 anos, depois que seus filhos Nicole e Michael nasceram. A partir daí, criou um estúdio de design criativo e hoje desenvolve ilustrações personalizadas. Luciana já fez muitos trabalhos de marketing e branding, muitos relacionados a marcas infantis. Epaminondas é o primeiro livro infantil que ilustrou, atualmente está desenvolvendo também um projeto para um livro de culinária.  Ela diz ser uma honra e um prazer ter criado as ilustrações para Epaminondas.

    Ficha Técnica
    Páginas: 44
    Formato: 27 x 27 cm
    Capa dura
    Edição: 1ª
    Ano: 2021 PRÉ VENDA

     
  • Gerações que se completam

     

     

     

     
  • LEITURA E ARTE ENTREVISTA Fernando Pires
    LEITURA E ARTE ENTREVISTA
    Fernando Pires
     

    por Taís Lambert, outubro de 2020.

    Foto: Acervo particular

     

    Taís Lambert - Fernando, onde você nasceu e quantos anos você tem? Onde você mora atualmente (o nome da cidade)?

    Fernando Pires - Nasci na cidade de São Caetano do Sul. Atualmente moro na cidade de São Paulo e tenho 55 anos.

    Taís Lambert - Qual é a sua formação acadêmica e seus interesses profissionais?

    Fernando Pires - Sou arquiteto por formação e, portanto, gosto de tudo relacionado a desenho, desde uma cidade até um utensílio doméstico, como uma cadeira ou até mesmo o desenho de um livro. Foi assim que comecei a escrever e ilustrar histórias infantojuvenis.

    Taís Lambert - Você já ilustrou outros livros infantis? Qual é sua relação com esse tipo de trabalho e com esse público?

    Fernando Pires - Sim, já ilustrei outros livros de literatura além do Somos o que somos, mas nem sempre, da Edith Chacon. Entre os autores para os quais ilustrei estão Tatiana Belinky, Daniel Munduruku, Graziela Hetzel, Glaucia Lewicki, Yolanda Reyes, Sandra Pina, Júlio Emílio Braz, Fátima Parente, Danda Prado e outros, além ter feito ilustrações para livros didáticos. Fora estes, ilustrei todos os quase vinte livros que publiquei como autor.

    Fernando Pires - Escrever e ilustrar para o público infantojuvenil é um desafio bastante grande, apesar de não parecer. Uma criança não sabe mentir, se ela não gosta do seu livro, ela vai falar, diferente da maioria dos adultos, e vai se desinteressar logo. Então a minha responsabilidade como autor e ilustrador é a de fazer um livro que agrade, mas que em primeiro lugar instigue. Tanto o texto como as imagens têm que ser provocativas e ter detalhes interessantes, muitas vezes até escondidos para serem encontrados. Eu gosto de usar desenhos acessíveis para os pequenos, de forma que eles possam falar “esse desenho eu consigo fazer”, que foi o que um aluno de uma escola me disse. E eu fiquei superfeliz porque essa era a minha intenção com aquele livro, que eu estava apresentando na escola. Mas o que me deixa feliz mesmo é quando um detalhe quase imperceptível do desenho ou da história é descoberto por uma criança. Ver o rosto deles nessa hora, a hora da descoberta, é a melhor coisa que existe.

    Taís Lambert - Como foi a escolha do tipo de ilustração que usaria? Como se deu seu processo criativo?

    Fernando Pires - Quando fui apresentado ao Somos o que somos, mas nem sempre, fiquei encantado com a história porque achei a temática muito atual, além disso, ela me fez lembrar de historinhas infantis daquelas em que os animais se portam como pessoas, vestem roupas, têm casas semelhantes às nossas, têm rotinas semelhantes às nossas... Era um desafio unir uma temática atual com animaizinhos de contos de fadas. Então a primeira ideia foi caracterizar os personagens como animais, no caso insetos, mas que se portavam como pessoas. Os primeiros esboços iam nesse sentido, então eu troquei ideias com a Edith, conversamos bastante sobre a identificação que o leitor teria com as ilustrações e personagens, e o desenho foi evoluindo para o desenho final, onde, apesar de os personagens principais serem insetos, eles têm rostos e proporções humanas, mesmo tendo asas e antenas!  Achamos que dessa forma conseguimos unir as historinhas de animais, que vestem roupas, com o tema, que é bastante instigante e atual.

    Taís Lambert - Desculpe a minha ignorância (!), mas, há um nome que designe o tipo de ilustração que você utiliza no livro?

    Fernando Pires - A técnica utilizada é a aquarela sobre papel, ou seja, é uma técnica tradicional, onde se utilizam pigmentos naturais sobre papel físico, e não digital. A técnica a ser usada é uma decisão que tem que ser tomada logo no início. Toda história pede um meio de se expressar visualmente. Não quer dizer que haja uma regra, cada artista, cada ilustrador vai desenvolver ilustrações diferentes para um mesmo livro e isso não vai fazer com que haja maneiras certas ou erradas de se fazer. São escolhas, muitas vezes baseadas na técnica que o ilustrador mais aprecia, ou então no que o livro pede. Esse foi o caso para mim. Era importante que as ilustrações tivessem forte relação com o tema principal da história, que é o de não conformismo. A personagem principal, a Pernilonguinha, não quer fazer o trabalho que um pernilongo costuma fazer. Ela tem outros interesses, ela prefere o mel e as flores ao sangue. Então imaginei que ela teria que ser diferente dos seus pais. Enquanto eles se vestem formalmente e usam preferencialmente a cor vermelha, a Pernilonguinha prefere usar cores, e todas misturadas de preferência. Imaginei que assim eu representaria bem o seu lado de não se conformar com uma situação que foi imposta a ela. Então, nesse ponto, a aquarela me pareceu uma maneira agradável e interessante de relacionar suas roupas coloridas com as muitas flores que aparecem no livro. Como a aquarela permite transparências, consegui uma multiplicação de nuances muito grande, o que me agradou e me deu certeza de que era o melhor caminho, sempre pensando que isso seria interessante para representar a personagem e sua preferência por flores. Aliás, eu fiz questão de que as flores com suas cores fossem elementos marcantes para representar o pensamento da personagem. É quase uma marca do livro e elas aparecem até mesmo nas capas internas. Imaginei que seu cabelo também deveria ser bastante solto, rebelde mesmo, para contrastar com o cabelo certinho dos pais, e assim evidenciar mais a sua rebeldia. Em uma determinada parte do livro e na capa, os cabelos até parecem ter vida própria.

    Taís Lambert - A imagem, geralmente, chama a atenção primeiro que o texto. Pensando nisso, qual a importância que você credita ao trabalho do ilustrador, principalmente em se tratando de livros infantis?

    Fernando Pires - Nós vivemos mesmo numa sociedade que valoriza em excesso as imagens, deixando muitas vezes o conteúdo de lado. Como eu sou escritor também, eu vivo nesses dois lados e tento não supervalorizar nem um nem outro lado. Tratando especificamente de livros infantojuvenis, acredito que o trabalho do ilustrador precisa ser muito responsável para dar o correto tratamento ao texto do autor. De preferência, que o livro tenha uma unidade coerente, e que a relação entre texto e imagens tenha harmonia e diálogos interessantes. Acredito que dessa forma quem sai ganhando é o leitor.

     

     
  • LEITURA E ARTE ENTREVISTA Edith Chacon
    LEITURA E ARTE ENTREVISTA
    Edith Chacon
     
    por Taís Lambert, outubro de 2020.

     Foto: Acervo particular

     

    Taís Lambert - Edith, onde você nasceu e quantos anos você tem? Você é casada e/ou tem filhos? Onde você mora atualmente (o nome da cidade)?

    Edith Chacon - Nasci na cidade de São Paulo no dia 9 de novembro de mil novecentos e alguma coisa... Sou casada há 42 anos e tenho dois filhos abençoados: Mariana e Rodrigo. Moro em Pinheiros há 42 anos e minha cidade de coração é Santos.

    Taís Lambert - Você é professora de Português há quanto tempo? Para pessoas de que idade você leciona atualmente? O que você acha de dar aulas?

    Edith Chacon - Sou professora de Português desde pequena. Adorava ler, desenhar e contar histórias para minhas bonecas. Com o tempo fui ganhando lousas maiores, giz de cor e cada vez mais o desejo foi crescendo. Fiz magistério, Faculdade de Letras e trabalhei no Centro de Pesquisas Linguísticas da PUC. Logo que me formei, fui dar aula na Escola Vera Cruz e no curso básico da PUC, mas acabei optando e me encantando pela irreverência dos adolescentes, os quais há 43 anos continuam me desafiando. Não, atualmente, não é fácil estar em sala de aula! Mas como sou movida a desafios, encantamentos e muita Literatura, os possíveis obstáculos foram e vão sendo enfrentados com muita escuta, conversa, leituras, estudos, escritas sempre regados com boa literatura. Sim, como diz Antonio Candido (1972;1995) a literatura é “um bem incompreensível, humanizador”. Sim, literatura e vida se entrelaçam. Despertam sentimentos inimagináveis. Se não acreditasse no ser humano e na força da educação, já teria mudado de profissão.  

    Taís Lambert - Esse é o seu primeiro livro? Se não, qual(is) o(s) título(s) do(s) anterior(es)?

    Edith Chacon - O meu primeiro livro chama-se Simplesmente Ler e foi publicado pela Editora Callis em 2011, também ilustrado pelo Fernando Pires. Gosto muito desse livro de poesias que foi sendo escrito ao longo de minha carreira profissional. Muitos desses poemas foram construídos após roda de conversas em sala de aula e/ou alguma temática em que os jovens estavam envolvidos.  Em 2017, o livro jogo sanfonado Era uma vez outra vez, ilustrado pela Priscilla Ballarin, foi publicado pela Edições Barbatana. Pela Editora Biruta tenho três livros que pertencem à coleção “Quer brincar de rimar”, todos ilustrados por Fran Junqueira: Farra no quintal (2018), Festança – Foi um dos cinco selecionados para o Prêmio da AEILIJ - (2019) e A Galinha do vizinho bota ovo xadrezinho (2020). Também em 2020, eu e Priscilla Ballarin produzimos de forma independente o livro-objeto Na casa deles, pela Editora Amelì, a publicação do livro (Des)Apontado, ilustrado pela Priscilla Ballarin, Somos o que somos, mas nem sempre, pela Editora Leitura e Arte. No prelo, Brincabichos em versos e cartas pela Estrela Cultural, e o livro Bichos? Que bichos? pela Editora Carochinha.

    Taís Lambert - Você o dedica a seu pai, que criou o eixo principal dessa história. Você poderia, por favor, contar um pouco a respeito de como foi esse processo? (Ouvir a história dos netos, ressignificá-la, “traduzi-la” e transformar em uma história que possa despertar interesse, curiosidade, partilhas, diálogo).

    Edith Chacon - O enredo dessa história foi inventado pelo meu pai, a partir de uma situação concreta. Muriçocas, borrachudos e pernilongos incomodavam os seus netos (entre 3 e 10 anos, na ocasião) e para distraí-los e fazer com eles não ficassem tão irritados, meu pai criou essa história, a qual foi repetida por um bom tempo. Quando ele ficou com Alzheimer, meus filhos e sobrinhos pediram-me para eu recontá-la para ver se meu pai tinha alguma lembrança ou reação. Mas isso não ocorreu. Infelizmente, ele partiu há seis anos, sem que pudesse saber dessa homenagem que eu queria lhe prestar. A reescrita livre, já com detalhamento, deu-se por volta de 2012 e passou por várias versões. O Alexandre Faccioli – na ocasião agente literário – fez a leitura crítica e o Fernando Pires foi convidado para ilustrá-la. Agora, depois de um bom tempo, tive o prazer de conhecer a Regiana da Leitura e Arte que concretizou não só o desejo de homenagear meu pai, como também o de compartilhar essa história com outros leitores independente de sua idade. Entre 2013 e 2019, alguns leitores críticos deram seus pareceres, entre profissionais, jovens e crianças. Ampliei a narrativa e a reduzi várias vezes até que eu mesma dei um ponto final.

    Taís Lambert - Qual é o principal objetivo do livro?

    Edith Chacon - Como todos os livros com histórias infantis, antes de mais nada, divertir. Encantar os leitores, fazê-los voar com a imaginação, despertar curiosidade, causar estranhamento para que façam perguntas, buscar novas leituras, desejar ler mais e mais... Quem sabe querer saber por que as personagens não eram compreendidas por alguns adultos, por que desejavam se aventurar, por que não podiam ter outros sonhos, por que não podiam conciliar suas tarefas com outros prazeres? E tantas outras indagações que o texto possa proporcionar.

    Taís Lambert - Você acredita que essa história tem, também, potencial para tocar os pais, visto que eles precisam aprender a lidar com a diversidade, identidade e liberdade dos filhos?

    Edith Chacon - A leitura de um livro pode despertar uma boa conversa/interação entre pais e filhos, entre alunos e professores, entre crianças e jovens. Segundo Cristiane Tavares “pode ser um potente aliado no desenvolvimento da criança”. Como mãe, sempre contei histórias para meus filhos, desde a gestação, porque tenho certeza de que a literatura humaniza, estreita laços de afetos, dispara uma série de sensações e saberes. E sempre abri espaço para o diálogo, acreditando que os pais não devam fugir de nenhum assunto que tenha sido solicitado ou mencionado pelo filho, assim como os que são abordados na literatura, a qual abre infinitas portas.

    Taís Lambert - Levando em consideração o parágrafo abaixo, pode-se fazer um paralelo sobre o desafio que é para a criança descobrir-se e sentir-se desconfortável na própria pele. Qual é sua opinião sobre a construção da identidade na infância, tendo como exemplo Pernilonguinha e Isabelha?

    Edith Chacon - Primeiro gostaria de deixar claro que as personagens dessa história não negam sua identidade/essência, apenas querem se aventurar e explorar outras experiências. Bom pretexto para uma boa conversa/interação ao final do livro. Destaco aqui a importância do mediador de leitura, já que a construção da identidade na infância se dá primeiro no meio familiar e depois na escola, para que ele esteja aberto para a escuta e para a conversa de qualquer tema que desperte interesse e curiosidade no leitor, lembrando-se de que não se deve subestimar a inteligência da criança e muito menos abafar sua curiosidade, fantasia e imaginação.

    Taís Lambert - Em sua opinião, como os pais – ou os responsáveis pela educação/criação – podem ensinar os pequenos a descobrir suas próprias habilidades e capacidades e vivenciar sua liberdade sem abrir mão da autoridade que possuem sobre eles?

    Edith Chacon - Sim! Pais e educadores podem desenvolver, acompanhar e incentivar desde cedo os pequenos a descobrir suas habilidades e competências. Sempre acreditei numa relação de respeito, troca e muito afeto. Dar limites sem impedir que a criança expresse suas ideias e questionamentos é um eterno exercício. Assim como ajudá-la a expressar os seus sentimentos, lidar com suas frustrações, aprender a compartilhar, a ser grata e a colocar--se no lugar do outro. É muito importante que, desde pequena, a criança entenda que cada pessoa tem suas características pessoais que precisam ser respeitadas. Pais e educadores são importantes nesse desenvolvimento. Dar-lhes feedbacks, acompanhando suas ações. Demonstrar confiança – olho no olho para que a criança também se torne um adulto mais maduro, confiante, sabendo controlar melhor suas emoções. Enfim, não é uma tarefa fácil!

    Taís Lambert - O título do livro é intrigante e assertivo. O que você pode dizer sobre a mensagem que ele traz?

    Edith Chacon - Em primeiro lugar, espero que meus leitores se divirtam muuuito e que possam ter espaço para dialogar e discutir sobre o que quiserem. Respeito, autoridade, amizade, confiança, liberdade, diversidade entre tantos outros temas sugeridos pela leitura. Gosto da frase de Teresa Colomer quando ela comenta que com a leitura literária “temos a possibilidade de ser outro sem deixar de sermos nós mesmos”.  O Somos que somos, mas nem sempre aborda essa temática.

    Taís Lambert - Como se deu a escolha do tipo de ilustração que comporia o livro? Qual é sua opinião sobre as ilustrações e seu autor?

    Edith Chacon - O Fernando Pires é uma pessoa muito especial para mim. É um excelente profissional, amigo e aberto ao diálogo. Ele foi o ilustrador de meu primeiro livro “Simplesmente ler”, cujas imagens são belíssimas! Após a leitura do texto, Fernando fez as primeiras ilustrações, trocamos algumas ideias e ele foi compondo com liberdade. Fiquei muito satisfeita e feliz com o resultado.

Leitura e Arte Editora

LEITURA E ARTE ENTREVISTA Fernando Pires

LEITURA E ARTE ENTREVISTA
Fernando Pires
 

por Taís Lambert, outubro de 2020.

Fernando Pires

Foto: Acervo particular

 

Taís Lambert - Fernando, onde você nasceu e quantos anos você tem? Onde você mora atualmente (o nome da cidade)?

Fernando Pires - Nasci na cidade de São Caetano do Sul. Atualmente moro na cidade de São Paulo e tenho 55 anos.

Taís Lambert - Qual é a sua formação acadêmica e seus interesses profissionais?

Fernando Pires - Sou arquiteto por formação e, portanto, gosto de tudo relacionado a desenho, desde uma cidade até um utensílio doméstico, como uma cadeira ou até mesmo o desenho de um livro. Foi assim que comecei a escrever e ilustrar histórias infantojuvenis.

Taís Lambert - Você já ilustrou outros livros infantis? Qual é sua relação com esse tipo de trabalho e com esse público?

Fernando Pires - Sim, já ilustrei outros livros de literatura além do Somos o que somos, mas nem sempre, da Edith Chacon. Entre os autores para os quais ilustrei estão Tatiana Belinky, Daniel Munduruku, Graziela Hetzel, Glaucia Lewicki, Yolanda Reyes, Sandra Pina, Júlio Emílio Braz, Fátima Parente, Danda Prado e outros, além ter feito ilustrações para livros didáticos. Fora estes, ilustrei todos os quase vinte livros que publiquei como autor.

Fernando Pires - Escrever e ilustrar para o público infantojuvenil é um desafio bastante grande, apesar de não parecer. Uma criança não sabe mentir, se ela não gosta do seu livro, ela vai falar, diferente da maioria dos adultos, e vai se desinteressar logo. Então a minha responsabilidade como autor e ilustrador é a de fazer um livro que agrade, mas que em primeiro lugar instigue. Tanto o texto como as imagens têm que ser provocativas e ter detalhes interessantes, muitas vezes até escondidos para serem encontrados. Eu gosto de usar desenhos acessíveis para os pequenos, de forma que eles possam falar “esse desenho eu consigo fazer”, que foi o que um aluno de uma escola me disse. E eu fiquei superfeliz porque essa era a minha intenção com aquele livro, que eu estava apresentando na escola. Mas o que me deixa feliz mesmo é quando um detalhe quase imperceptível do desenho ou da história é descoberto por uma criança. Ver o rosto deles nessa hora, a hora da descoberta, é a melhor coisa que existe.

Taís Lambert - Como foi a escolha do tipo de ilustração que usaria? Como se deu seu processo criativo?

Fernando Pires - Quando fui apresentado ao Somos o que somos, mas nem sempre, fiquei encantado com a história porque achei a temática muito atual, além disso, ela me fez lembrar de historinhas infantis daquelas em que os animais se portam como pessoas, vestem roupas, têm casas semelhantes às nossas, têm rotinas semelhantes às nossas... Era um desafio unir uma temática atual com animaizinhos de contos de fadas. Então a primeira ideia foi caracterizar os personagens como animais, no caso insetos, mas que se portavam como pessoas. Os primeiros esboços iam nesse sentido, então eu troquei ideias com a Edith, conversamos bastante sobre a identificação que o leitor teria com as ilustrações e personagens, e o desenho foi evoluindo para o desenho final, onde, apesar de os personagens principais serem insetos, eles têm rostos e proporções humanas, mesmo tendo asas e antenas!  Achamos que dessa forma conseguimos unir as historinhas de animais, que vestem roupas, com o tema, que é bastante instigante e atual.

Taís Lambert - Desculpe a minha ignorância (!), mas, há um nome que designe o tipo de ilustração que você utiliza no livro?

Fernando Pires - A técnica utilizada é a aquarela sobre papel, ou seja, é uma técnica tradicional, onde se utilizam pigmentos naturais sobre papel físico, e não digital. A técnica a ser usada é uma decisão que tem que ser tomada logo no início. Toda história pede um meio de se expressar visualmente. Não quer dizer que haja uma regra, cada artista, cada ilustrador vai desenvolver ilustrações diferentes para um mesmo livro e isso não vai fazer com que haja maneiras certas ou erradas de se fazer. São escolhas, muitas vezes baseadas na técnica que o ilustrador mais aprecia, ou então no que o livro pede. Esse foi o caso para mim. Era importante que as ilustrações tivessem forte relação com o tema principal da história, que é o de não conformismo. A personagem principal, a Pernilonguinha, não quer fazer o trabalho que um pernilongo costuma fazer. Ela tem outros interesses, ela prefere o mel e as flores ao sangue. Então imaginei que ela teria que ser diferente dos seus pais. Enquanto eles se vestem formalmente e usam preferencialmente a cor vermelha, a Pernilonguinha prefere usar cores, e todas misturadas de preferência. Imaginei que assim eu representaria bem o seu lado de não se conformar com uma situação que foi imposta a ela. Então, nesse ponto, a aquarela me pareceu uma maneira agradável e interessante de relacionar suas roupas coloridas com as muitas flores que aparecem no livro. Como a aquarela permite transparências, consegui uma multiplicação de nuances muito grande, o que me agradou e me deu certeza de que era o melhor caminho, sempre pensando que isso seria interessante para representar a personagem e sua preferência por flores. Aliás, eu fiz questão de que as flores com suas cores fossem elementos marcantes para representar o pensamento da personagem. É quase uma marca do livro e elas aparecem até mesmo nas capas internas. Imaginei que seu cabelo também deveria ser bastante solto, rebelde mesmo, para contrastar com o cabelo certinho dos pais, e assim evidenciar mais a sua rebeldia. Em uma determinada parte do livro e na capa, os cabelos até parecem ter vida própria.

Taís Lambert - A imagem, geralmente, chama a atenção primeiro que o texto. Pensando nisso, qual a importância que você credita ao trabalho do ilustrador, principalmente em se tratando de livros infantis?

Fernando Pires - Nós vivemos mesmo numa sociedade que valoriza em excesso as imagens, deixando muitas vezes o conteúdo de lado. Como eu sou escritor também, eu vivo nesses dois lados e tento não supervalorizar nem um nem outro lado. Tratando especificamente de livros infantojuvenis, acredito que o trabalho do ilustrador precisa ser muito responsável para dar o correto tratamento ao texto do autor. De preferência, que o livro tenha uma unidade coerente, e que a relação entre texto e imagens tenha harmonia e diálogos interessantes. Acredito que dessa forma quem sai ganhando é o leitor.

 

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